Nossos pés pisam solo, solo racista!
Somos diariamente fuzilados
Pelas armas da polícia.
Não podemos adentras em bancos, shoppings...
O olhar do opressor é fatal
Entrou preto é marginal.
Nossas faculdades são as ruas
Somos mestres e doutores
De uma realidade crua e nua.
“Nossos” ônibus andam lotados
Pela tarifa que pagamos
Seria absurdo pensar em ar-condicionado?
Estamos todos desempregados
Sem dignidade não há paz
Isso está mais que provado.
O que será que nos denuncia...
A negritude de nossas peles?
O que há nisso de absurdo?
Certas reflexões me deixam mudo.
Mas não tão mudo pra dizer o que sinto,
O que penso e o que vejo
Dentro de uma Salvador que não nos salva.
“Sinto que a poesia preta
Necessita se aproximar um pouco mais
Da simplicidade, pois, nossa literatura
Não é apenas glamour, mas, um grito revolucionário.
E é justamente por isso
Que tento em meus versos, fazer parte dessa revolução.”
*Sivaldo Reis
Graduando em História pela Universidade Federal da Bahia - UFBA
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